
segunda-feira, 31 de março de 2008
Mais um aniversário do Golpe: Sem lembrança, sem memória e sem história!
Um país de culpados, ninguém é inocente, com maior ou menor culpa no cartório temos o nosso nome sujo. Um país de sujos ou famélicos. De sujos com medo, medo da violência, medo da pobreza, medo do negro, medo do gay, medo do diferente. Medo do sequestro, do bolsa família e de dossiês.
domingo, 30 de março de 2008
domingo de luto: 44 anos de golpe
O Brasil completará 44 anos de golpe, de desenvolvimento interrompido, de crimes hediondos e de subserviência aos interesses colocados na guerra fria, ou seja, mais uma vez o Brasil curvou-se aos interesses dos Estados Unidos. Através de sua repulsiva CIA - o nosso irmão do norte - articulou um complô para derrubar um governo soberano e com grande autonomia em relação as orientações de Washington. O governo João Goulart por mais polêmico que tenha sido assumiu desde o primeiro dia um ideário democrático, popular e nacional. Logo, sofreu as consequências pela ousadia de sua indepêndencia frente aos interesses do imperialismo e do latifúndio. Por isso, o Blog do "Se" está de luto e firme na luta. Temos a certeza que nossa lembrança se somará nas trincheiras de resistência. Lembramos todos os heróis conhecidos e desconhecidos que resistiram até as últimas consequências. Nosso respeito aos desaparecidos. Punição aos torturadores e a todos os agentes do regime, que participaram diretamente ou indiretamente dos execráveis crimes contra o povo brasileiro. Sabemos que o resgate da memória de nossos heróis acontece nas lutas travadas pelo povo trabalhador de hoje, saudamos nossos lutadores desaparecidos através das diversas ocupações de sem-terras e sem-tetos, nas lutas das comunidades populares, nos sindicatos combativos e classistas. Em todas as formas de resistência do povo pobre, negro, originário, nas bandeiras da juventude, da mulher e do movimento GLBTT. Enfim, as lutas das minorias que são a maioria oprimida e explorada. Não esqueceremos dos traidores do povo!
Blog do "SE" de LUTO!
quinta-feira, 27 de março de 2008
sexta-feira (quase aniversário do golpe de 1964) : Admite-se
Admite-se urgente, ambos os sexos, para trabalho no terceiro mundo com produção de mala direta de consciência, a história e a formação econômica ensinarão o serviço, despachamos o material de trabalho até a sua porta. Não é vendas. Início imediato. Exigimos príncipio ético, consciência histórica, compromisso com a libertação dos oprimidos, sólida certeza na prática solidária e uma forte convicção no internacionalismo. Adorar frases feitas e possuir grande habilidade em elaborar frases de efeito. Garantias incertas, mas a certeza de que pelo menos a história estará ao seu lado. Na pior das hipóteses: virar camiseta, musical da broadway e concorrer diretamente com o Mickey Mouse.
Quinta-feira ácida : Nano compra Land rover e Jaguar - Indianos estão invadindo a Inglaterra

Quinta-feira, depois do almoço: Qual a fronteira entre a arte e a política?





Corro o risco de cair no idealismo, mas creio que a arte não deve se submeter a nenhum status quo, mesmo em um pós-revolucionário, em uma condição pré-socialista ou pós-capitalista. Porém, ao mesmo tempo que assumo este risco, tenho claro que o sujeito da arte é a humanidade, não se trata de arte moralizante ou panfletária, se trata essencialmente da superação do caráter fetichista da obra de arte como mercadoria, a arte negação das relações sociais reificadas. Vejo na arte um enorme poder de síntese e inúmeras possibilidades de penetrar no invólucro invisível que a indústria cultural constrói no cidadão de bem, no homem inserido no casulo ideológico-cultural do capital. A arte deve ser espaço da exteriorização da imaginação, de um devir em que a beleza seja a priori afirmação da humanidade. Neste caso a imaginação deve ser desafio e protesto, deve ser a desnaturalização daquilo que não é natural, a nossa intolerância com a fome e a miséria, afirmar o humano como o sujeito. A obra beethoeveniana, por exemplo, deve ser o predicado da humanidade, a afirmação constante do homem livre, da superação das necessidades e de um homem que o desejo não seja a expressão do estranhamento – o produto dominando o produtor. Nossa estética deve ser a estética da libertação, nosso método deve ser aquele que é construído a partir do confronto entre aquilo que desejamos e o estar sendo.
A estrutura social do capital possui como grande marco econômico à divisão social do trabalho, em outras palavras, uma sociedade em que a humanidade está cindida entre representantes do trabalho e do capital. Uma contradição inconciliável, cada lado com interesses antagônicos em relação ao outro lado, um confronto balizado pela apropriação da riqueza social. Tal conflito possui expressão nas questões objetivas e subjetivas dos homens e mulheres que organizaram a sociedade do capital e do trabalho livre dos meios de produção. Podemos qualificar como questões objetivas as questões da infra-estrutura da sociedade, ou seja, as ordens da prática sensível de produção da vida da humanidade, o econômico, o ato concreto de produzir algo. Das subjetivas, apontamos o espaço da super-estrutura, a política, o campo das idéias, da arte, da cultura em geral produzida pela sociedade. Neste confronto a arte e a cultura entram como elementos legitimadores e naturalizantes da ordem estabelecida, ou a possibilidade da humanidade não ser somente humanidade em si, mas humanidade para si. Uma possibilidade da humanidade perceber que o projeto de humanidade não pode realizar-se nos marcos do capital, a arte libertando a humanidade do automatismo da percepção , de relações sociais mediadas pelo dinheiro, da coisa que toma vida no lugar do humano. Estamos falando da estética como existencialismo, da estética da liberdade e da libertação.
Do outro lado à reprodutibilidade técnica da arte, pondo em cheque a imaginação da humanidade, destruindo os laços da necessária transcendência, a morte da arte. A arte em sua forma just in time ou fordista - mercadoria - unidade contraditória de valor e valor de uso, não mais uma arte experiência quase que espiritual, não mais um ritual de sensibilidade e percepção da beleza, do mundo e das coisas do mundo.
quarta-feira, 26 de março de 2008
De quinta-feira, quase sem inspiração: Qual o fim da esquerda brasileira?
Protesto solitário da quarta-feira: Veja mente!

terça-feira, 25 de março de 2008
Uma música ideal na terça-feira: Benny Goodman - All the Cats Join In (1946) disney
segunda-feira, 24 de março de 2008
Segunda-feira, dia de colocar as coisas no lugar: Qual o lugar da utopia?
UTOPIA
Datação1671 cf. EscV
Acepções■
substantivo feminino
1 qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade
2 Derivação: por extensão de sentido. projeto de natureza irrealizável; idéia generosa, porém impraticável; quimera, fantasia
3 Rubrica: filosofia, política, sociologia. no marxismo, modelo abstrato e imaginário de sociedade ideal, concebido como crítica à organização social existente, porém inexeqüível por não estar vinculado às condições políticas e econômicas da realidade concreta Obs.: cf. socialismo utópico
4 Rubrica: filosofia, política, sociologia. em sociólogos como Karl Mannheim (1893-1947) ou filósofos como Ernst Bloch (1885-1977), projeto alternativo de organização social capaz de indicar potencialidades realizáveis e concretas em uma determinada ordem política constituída, contribuindo desta maneira para sua transformação
Etimologia
lat. utopia, nome dado por Thomas Morus (humanista inglês, 1477-1535) a uma ilha imaginária, com um sistema sociopolítico ideal; formado com o gr. ou- (do adv. de negação) + gr. tópos,ou 'lugar'; ver u- e top(o)-
Sinônimos
ver sinonímia de quimera
Antônimos
antiutopia
Fonte: Houaiss
domingo, 23 de março de 2008
A gênese: Blog do "Se"

Blog do "Se", vamos brincar com a história, vamos re-inventar a conjuntura internacional, apostar na exteriorização da utopia como uma forma saudável de protesto. O protesto de um homem só, protesto do idealista, do quixotesco andarilho GG. Vou brindar todos os personagens "sem antolhos", as figuras que teimam em pensar criticamente, pois sabem que pensar é pensar criticamente o mundo, a história, o sujeito da história e as coisas do mundo. "Se" o mundo fosse assim, este blog não precisaria existir. O meu humilde ode a utopia, ao vir-a-ser diferente do reino da tristeza. Aqui vou postar o "Se", vou postar pensando no "Se" os príncipios da revolução francesa não fossem traídos; "Se" o conselho de operários, soldados, marinheiros e camponeses - os soviets - não fossem fechados pela burrocracia traidora; "Se" o meu time, o Palmeiras, não tivesse ficado na fila, ou quiçá não ter perdido, de maneira roubada, o bicampeonato da libertadores contra o Boca. Enfim, (re)inventaremos a história a partir do "Se". O "Se" será a nossa chave para tomar de assalto o mundo da utopia positiva.
Saudações aos teimosos!