segunda-feira, 31 de março de 2008

Mais um aniversário do Golpe: Sem lembrança, sem memória e sem história!

Somos o "povo do futuro" sem história e sem memória, somos a expressão de uma classe média covarde e acomodada. Uma classe trabalhadora pouco organizada, ou melhor, sem organismos de classe. Nosso futuro foi cruelmente abatido naquele 31 de março de 1964. Onde estão as marchas? Onde estão as mobilizações? E o povo na rua exigindo a reparação daquele crime cometido pelas forças sociais mais atrasadas do Brasil ? Até quando permaneceremos na poltrona da comodidade ? Somos a meta-crítica conservadora, pequenos-burgueses acostumados a conviver com a fome e, por um lado, a pobreza generalizada é um consolo para a nossa medíocre condição de classe média da periferia do mundo. Gostamos da fome, de debater sobre a fome do mundo em mesas na Vila Madalena, da opinião inteligente de uma mesa de bar de Santa Teresa . Não me digam o contrário, não creio nas palavras, nem nos tratados, estes sempre sofreram da roedora crítica dos ratos, creio na prática das pessoas. Sou aquilo que faço!

Um país de culpados, ninguém é inocente, com maior ou menor culpa no cartório temos o nosso nome sujo. Um país de sujos ou famélicos. De sujos com medo, medo da violência, medo da pobreza, medo do negro, medo do gay, medo do diferente. Medo do sequestro, do bolsa família e de dossiês.

Um comentário:

Noz Moscando disse...

Enquanto as poltronas que confortam a comodidade generalizada forem vendidas nas casas bahia a prestações milimétricas sem ter fim, creio que não reveremos marchas nas ruas nem contestações... as discussões de mesa da vila madalena e de santa tereza não chegam à esquina. e a classe média cresce. e padece.
somos o que fazemos. o que fazemos é mediocre. e na mediocridade continuamos rodando na carnificina visível-invisível desa roda-viva.
adorei esse blog, gegê, tu tá em cada linha, em cada vírgula. vam'bora, continuar isso aqui! Beijos