sexta-feira, 30 de maio de 2008

Plano Colômbia: Um pacto anti-nacional !




O Plano Colômbia surgiu como um pacto internacional entre dois Estados - Colômbia e Estados Unidos, o destaque é que a sociedade civil organizada em torno de organismos infra-nacionais de ambos Estados questionam a legitimidade deste acordo. Intelectuais, políticos progressistas, partidos políticos, sindicatos e organismos não governamentais questionam sua legitimidade. No plano internacional ele tampouco possui alguma popularidade, a comunidade internacional já declarou seu desconforto com uma intervenção direta na Colômbia e com a presença de conselheiros militares dos EUA em território estrangeiro.
Este plano sustenta uma prática que demonstra o desejo não de uma Colômbia sem guerrilhas, mas de uma Colômbia sem organizações infra nacionais (sindicatos, partidos de oposição, organização de direitos humanos e etc.) autônomas e democráticas. Uma Colômbia sem margem de manobra para desenvolver uma política produzida a partir da idiossincrasia de seu povo. A função do Plano Colômbia é o de liquidar qualquer agente que inviabilize ou tente inviabilizar a Colômbia dos sonhos da oligarquia que assassinou Gaitan e dos agentes externos que impõem um plano estranho aos interesses dos próprios colombianos.
Enfim, o colombiano vive hoje em um Estado de guerra, vítimas em todos os campos da sociedade, o colombiano sofre tanto nas mãos de grupos para-militares ilegais como na batuta de um exército pouco comprometido com a estabilidade e a segurança civil. A manutenção de uma guerra infinita nascida no berço da miséria e fadada a viver na miséria interessa a grupos internos , enquanto não re-pactuarem uma saída pacífica, com liberdade política e justiça social a Colômbia será palco de violência generalizada.
No campo dos grupos infra-nacionais existe uma divisão clara no diagnóstico e na ação interna, até porque a superação do atual status quo implicaria no fim de tais grupos: o narcotráfico e as organizações para-militrares. O atual Estado colombiano vai a reboque de alguns grupos infra-nacionais, pois nasce na declaração de guerra de um setor da sociedade civil colombiana e, necessita da guerra para manter-se como Estado. A paz, a democratização política e das riquezas nacionais implicaria necessariamente na construção de um novo Estado colombiano sob um novo pacto.
A preocupação com a Colômbia hoje é um imperativo, pois, a atual guerra é declarada contra povos originários da região amazônica, contra a biodiversidade colombiana(afetando toda região amazônica, inclusive a brasileira) e contra os direitos humanos. Enfim, as preocupações e ações concretas passam por vários campos demonstrando o caráter nefasto do Plano Colômbia. Além de ser um motivador de instabilidade internacional, causando conflitos de diversas naturezas na América amazônica e andina.
Não existe um único país da Europa ou das Américas que apóia o Plano Colômbia, até mesmo a ONU apontava organizações como as FARC-EP (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas – Exército do Povo) ou ELN (Exército de Libertação Nacional) como forças beligerantes, ou seja, a saída de uma nova Colômbia deve ser negociada, respeitando as forças populares e as organizações civis organizadas, a intensificação da guerra é lenha ao fogo maldito que massacra um povo. É consenso entre todos os agentes no campo internacional a necessidade de uma saída negociada com todos os setores da Colômbia. É preciso dar um basta na truculência do governo Uribe, a comunidade internacional deve repudiar as ações violentas e anti-democráticas deste governo, Uribe põe em risco a estabilidade da América do Sul e massacra seu povo. O repúdio internacional é um imperativo!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Fragmentos de minha infância....


Festa de Batismo dos Tambores Construídos na Oficina "Tambores de Brotas"



Vamos comemorar o encerramento da primeira fase do projeto " Tambores de Brotas" !!!


Para marcar o encerramento da primeira fase do projeto “Tambores de Brotas”, realizado com recursos do Programa de Ação Cultural (PAC no.6) da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, será realizada uma festa na Comunidade de Remanescentes Quilombolas de Brotas, no município de Itatiba/SP, com participações de dois grupos praticantes de manifestações culturais tradicionais afro-brasileiras; o Jongo e o Batuque de Umbigada.
Esta comemoração se dará no dia 07 de Junho a partir das 20h, à Rua Filomena Zupardo, 795, Jd. Santa Filomena, Itatiba/SP e contará com a participação da Comunidade de Jongo de Guaratinguetá (Grupo Quilombola) e do Grupo de Batuque de Umbigada de Piracicaba, Tietê e Capivari.Você é nosso convidado.
Entrada: 1kg de alimento
Para chegar no Quilombo siga o Roteiro abaixo ou utilize o mapa .Att.,Comunidade Quilombola Brotas e Grupo Baobá Saindo de SÃO PAULO
1 - Pegar Rod. Anhanguera até a Saída 61 (Placa para Itatiba)ü Pegar Saída 61 da Rod. Anhanguera e seguir em Frente pela Rod. João Cereser durante 5km.
2 - Chegando na rotatória, fazer retorno a esquerda (Placa para Itatiba) e seguir a pela Rod. Eng. Constancio Cintra durante 18km até a entrada de Itatiba.
Em ITATIBA
3- Chegando pela Rod. Eng. Constancio Cintra seguir em frente na rotatória pela Av. 29 de Abril por 900mts.ü Em seguida virar à direita na Rua Cel.Camilo Pires e seguir em frente por 300mts.
4 - Virar à esquerda na a Rua Com. Franco e seguir em frente por 200mts.ü Virar à esquerda na Rua Expedicionários Brasileiros e seguir em frente por 1000mts.
5 - Continuar pela Rua Benedito Alves B.Sobrinho por 350mts.ü Passar em Frente ao Supermercado Tulon (A esquerda) e Posto de Gasolina (A direita) chegando na rotatória.
6 - Virar a esquerda na Rua Filomena Zupardo.
7 - Seguir em frente até o final da rua.
Boa festa!

O papel do dedo indicador na luta de classes!


segunda-feira, 26 de maio de 2008

Uma música ideal na segunda-feira: Disney, Ary Barroso e Zequinha de Abreu (Aquarela do Brasil)

Lançamento do personagem brasileiro Joe Carioca, ou Zé Carioca, em finos traços,Disney nos mostra uma reinvenção do brasilianismo. Um Brasil idealizado, mágico, uma visão do paraíso, samba, bebidas e belas paisagens. Embora, este belo desenho cometa o mesmo pecado da Bossa Nova(se é que isto mereça um comentário), isto segundo Marcelo D2: é aquele desenho que fica de frente para o mar e de costas para a favela. Mas vamos perdoar, o desenho é muito bom e, reparem no detalhe dos instrumentos, o tamborim é quadrado, o bom exemplo da velha escola do samba. Ary Barroso e Zequinha de Abreu estão fantásticos, inspirados e acompanhados por um desenho encantado, um desenho que conduzido pelo "barulho que pensa" de nossa terra, nos faz - que seja por alguns míseros segundos - esquecer do Brasil das profundas e traumáticas contradições. Assistam, é um desenho fabuloso!

domingo, 25 de maio de 2008

Blog do "Se": Impressões sobre o Dia do Orgulho Gay


Um carnaval fora de época, festa, plumas e paitês. Nada contra a alegria, muito pelo contrário, a alegria subverte o reino da tristeza do capital. Porém, transformaram um dia de pensar em direitos civis em um espetáculo mercantil, alegre, mas mercantil. O trio-elétrico mais animado, a roupa mais brilhante, a fantasia do herói mais hype, ansiosos pelos segundos de fama em fotos, matérias e capas. Isto sem considerar aqueles que decidem marchar no colorido dominical da mesma maneira que decidem ir ao zoológico... Bom, esta é a impressão que tive, mesmo sem ter participado, se estiver errado que me corrijam!

O Dia do Orgulho Gay que tiro o chapéu é aquele que assume as ruas de São Paulo como um palco de debate com o conjunto da sociedade, é aquele que propõe para a sociedade brasileira a criminalização da homofobia, é aquele que discute a união civil homosexual. Politizar a vontade de amor e liberdade é fundamental para que o Orgulho Gay não seja consentido apenas por um dia. Uma espécie de prêmio de consolação da oligarquia homofóbica, lembremos, no sábado (24 de maio), a Polícia Militar cavalgou na Av. Paulista com roupinhas da TFP (Tradição, Família e Propriedade), uma provocação ridícula e anacrônica. A origem do Dia do Orgulho Gay nos remete a luta, a resistência de Gays que não aceitaram a violência em todas as suas formas, decididos, ocuparam as ruas de São Franciso, Estados Unidos, contra a violência policial que a comunidade gay sofria nos idos anos de 70. Ou seja, a memória e a história são fortes aliados dos oprimidos, a comunidade Gay possue força e possibilidade de assumir este dia como um dia de debate e, que não mais seja um dia o dia do orgulho gay, mas que os gays tenham orgulho todos os dias do ano. Uma saudação (de um hetero) aos Gays, lésbicas, travestis e transexuais. Viva a solidariedade, a alegria, a luta e que possamos construir um mundo que caiba diversos mundos.

Mais polêmicas sobre 1968: O PCI aos jovens! - Pasolini


O PCI aos jovens! (Notas em verso para um poema em prosa), Pier Paolo Pasolini
(trechos)



Sinto muito. A polêmica contra o PCI tinha que ser feita na primeira metade da década passada. Vocês meus filhos, estão atrasados. E não importa que vocês não tivessem ainda nascido...Agora os jornalistas do mundo inteiro (inclusive os da televisão)ficam puxando (como acho que ainda se diz na linguagem das universidades) o saco de vocês. Eu não, meus amigos.Vocês têm cara de filhos de papai. Odeio vocês como odeio seus pais. Filho de peixinho, peixinho é. Vocês têm o mesmo olhar maligno. São medrosos, inseguros, desesperados(ótimo!), mas também sabem como ser prepotentes, chantagistas, convencidos, descarados: prerrogativas pequeno-burguesas, meus amigos. Ontem no Valle Giulia, quando vocês brigavam com os policiais,eu simpatizava com os policiais! Porque os policiais são filhos de gente pobre.Vêm das periferias, rurais ou urbanas que sejam. Quanto a mim, conheço muito bem seu jeito de terem sido crianças e rapazes, as preciosas mil liras, o pai que também continuou sendo um rapaz, por causa da miséria, que não confere autoridade. A mãe calejada como um carregador, ou delicada, devido a alguma doença, como um passarinho; os irmãos todos;(...)

E depois vejam como os vestem: como palhaços,com aquele pano grosseiro que fede a rancho,caserna e povo. O pior de tudo, naturalmente, é o estado psicológico a que são reduzidos(por umas quarenta mil liras ao mês): nem um sorriso mais, nem amizade alguma com o mundo, separados, excluídos (numa exclusão que não tem igual); humilhados pela perda da qualidade de homens em troca da de policiais (ser odiado faz odiar).Têm vinte anos, a idade de vocês, meus caros e minhas caras. Estamos obviamente de acordo contra a instituição da polícia. Mas voltem-se contra a Magistratura, e vocês vão ver! Os jovens policiais que vocês por puro vandalismo (de nobre tradição herdada do Risorgimento) de filhos de papai, espancaram pertencem a outra classe social. No Valle Giulia, ontem, tivemos assim um fragmento de luta de classes: e vocês, meus amigos (embora do lado da razão) eram os ricos, enquanto os policiais (que estavam do lado errado) eram os pobres. Bela vitória, portanto, a de vocês! Nestes casos, aos policiais se dão flores, meus amigos. Popolo e Corriere della Sera, Newsweek e MondePuxam o saco de vocês. Vocês são os filhos deles,a sua esperança, o seu futuro...(...)

É isso, caros filhos, que vocês sabem. E que aplicam através de dois sentimentos irrevogáveis: a consciência dos seus direitos (como se sabe a democraciasó leva em conta vocês) e a aspiração ao poder. Sim, as suas palavras de ordem versam sempre sobre a tomada do poder.

(...)Vocês ocupam as universidades,mas suponham que a mesma idéia ocorra a jovens operários. Nesse caso,o Corriere delle Sera e Popolo, Newsweek e Monde procurariam com a mesma solicitude compreender os problemas deles? A polícia se limitaria a levar umas pancadas dentro de uma fábrica ocupada? Trata-se de uma observação banal; e constrangedora. Mas sobretudo inútil: porque vocês são burguesese portanto anticomunistas...

(...)Falando assim,vocês pedem tudo com palavras,ao passo que com os atos, vocês pedem só aquilo a que têm direito (como bons filhos da burguesia que são):uma série de reformas inadiáveis a aplicação de novos métodos pedagógicos e a renovação de um organismo estatal. Bravo! Que nobres sentimentos! Que a boa estrela da burguesia proteja vocês!(...)