domingo, 25 de maio de 2008

Blog do "Se": Impressões sobre o Dia do Orgulho Gay


Um carnaval fora de época, festa, plumas e paitês. Nada contra a alegria, muito pelo contrário, a alegria subverte o reino da tristeza do capital. Porém, transformaram um dia de pensar em direitos civis em um espetáculo mercantil, alegre, mas mercantil. O trio-elétrico mais animado, a roupa mais brilhante, a fantasia do herói mais hype, ansiosos pelos segundos de fama em fotos, matérias e capas. Isto sem considerar aqueles que decidem marchar no colorido dominical da mesma maneira que decidem ir ao zoológico... Bom, esta é a impressão que tive, mesmo sem ter participado, se estiver errado que me corrijam!

O Dia do Orgulho Gay que tiro o chapéu é aquele que assume as ruas de São Paulo como um palco de debate com o conjunto da sociedade, é aquele que propõe para a sociedade brasileira a criminalização da homofobia, é aquele que discute a união civil homosexual. Politizar a vontade de amor e liberdade é fundamental para que o Orgulho Gay não seja consentido apenas por um dia. Uma espécie de prêmio de consolação da oligarquia homofóbica, lembremos, no sábado (24 de maio), a Polícia Militar cavalgou na Av. Paulista com roupinhas da TFP (Tradição, Família e Propriedade), uma provocação ridícula e anacrônica. A origem do Dia do Orgulho Gay nos remete a luta, a resistência de Gays que não aceitaram a violência em todas as suas formas, decididos, ocuparam as ruas de São Franciso, Estados Unidos, contra a violência policial que a comunidade gay sofria nos idos anos de 70. Ou seja, a memória e a história são fortes aliados dos oprimidos, a comunidade Gay possue força e possibilidade de assumir este dia como um dia de debate e, que não mais seja um dia o dia do orgulho gay, mas que os gays tenham orgulho todos os dias do ano. Uma saudação (de um hetero) aos Gays, lésbicas, travestis e transexuais. Viva a solidariedade, a alegria, a luta e que possamos construir um mundo que caiba diversos mundos.

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