sábado, 26 de abril de 2008

Grândola Vila Morena

Grândola vila morena foi composta como homenagem à "Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense", onde no dia 17 de Maio de 1964, José Afonso fez uma atuação. É nessa atuação que o cantor conhece o guitarrista Carlos Paredes, ficando impressionado com "o que esse bicho faz da guitarra!" (expressão do próprio José Afonso numa carta aos pais).
José Afonso fica também impressionado com a coletividade: um "local obscuro, quase sem estruturas nenhumas, com uma biblioteca com claros objetivos revolucionários, uma disciplina generalizada e aceite entre todos os membros, o que revelava já uma grande consciência e maturidade políticas".
Esta canção tornar-se-á famosa ao ser escolhida como senha para a revolução do 25 de Abril. Houve duas senhas. A primeira, às 23h, foi a música "E depois do adeus", de Paulo de Carvalho. Grândola, que foi a segunda, passou no programa "Limite" da Rádio Renascença às 0.20h do dia 25. Foi o sinal para o arranque das tropas mais afastadas de Lisboa e a confirmação de que a revolução ganhava terreno.
"Vivi o 25 de Abril numa espécie de deslumbramento. Fui para o Carmo, andei por aí... Estava de tal modo entusiasmado com o fenómeno político que nem me apercebi bem, ou não dei importância a isso de Grândola. Só mais tarde, com o 28 de Setembro, o 11 de Março, quando recomeçaram os ataques fascistas e a Grândola era cantada nos momentos de maior perigo ou entusiasmo, me apercebi bem de tudo o que ela significava - e, naturalmente, tive uma certa satisfação".

Fonte: http://www.citi.pt/

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